A crise de saúde pública da Covid-19 depressa se transformou numa crise financeira que impulsionou uma corrida às heranças, com os portugueses a apressarem-se a «resolver processos pendentes» e a tratar de fazer testamentos, avança o ‘Correio da Manhã’ (CM), que cita o Bastonário da Ordem dos Notários.

Segundo Jorge Batista da Silva, a procura por serviços nomeadamente «habilitações de herdeiros e partilhas por óbito deverá ser, até ao final deste ano e primeiro trimestre de 2021, superior à registada em anos anteriores».
O bastonário revela ainda à mesma publicação que a realização de testamentos disparou muito por conta do receio que a população tem de adoecer devido à Covid-19, querendo assegurar a situação dos familiares mais próximos antes que tal aconteça. O mesmo se aplica a procurações, doações e partilhas.
Ainda assim, Jorge Batista da Silva revela que se verificou uma quebra de 20% na atividade dos Cartórios Nacionais devido ao «abrandamento do mercado imobiliário e uma redução significativa das escrituras de compra e venda de imóveis».
O responsável indica ainda que «a maior parte dos portugueses tem a casa hipotecada ao banco. Quando se divorciam, é necessário vender, ou um dos cônjuges ficar com o imóvel», explica ao ‘CM’.
«Para tal, é necessário que o banco permita que fique apenas um responsável pelo pagamento e, quer pelo aumento do desemprego, diminuição do rendimento mensal e outros fatores que afetam a capacidade financeira dos cidadãos, está cada vez mais difícil os bancos permitirem a desvinculação do empréstimo de um dos membros do casal», conclui, citado pelo jornal.
Fonte: Executive Digest (aqui)